Quais são os tratamentos para a obesidade?

Nem sempre os obesos procuram ajuda para lidar com os quilos a mais. Muitos acham que conseguem perder peso sozinhos, sem o acompanhamento de um especialista, outros não sabem que a obesidade é uma doença crônica que precisa ser acompanhada de perto. O tratamento adequado para cada caso não só ajuda a equilibrar os ponteiros da balança como também evita que outras enfermidades decorrentes do sobrepeso surjam. Por isso, quanto antes contar com a ajuda de um especialista, melhor. 

Os tratamentos para a obesidade variam de mudança no estilo de vida à indicação cirúrgica. Por isso, uma avaliação médica bem-feita e uma discussão aberta entre o paciente e o profissional de saúde, para avaliar os ônus e bônus de cada opção, é essencial para definir qual é a melhor conduta para cada pessoa.

Mudanças no estilo de vida, como a adoção de uma dieta saudável e equilibrada, com refeições feitas em intervalos regulares, e a prática de exercícios físicos, são obrigatórias para quem quer emagrecer, independentemente do tipo de sobrepeso ou obesidade que apresenta. Mas há outros recursos que auxiliam a perda de peso e, segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, eles devem ser recomendados em casos determinados. 

  • Tratamento medicamentoso: atualmente, no Brasil, há cinco medicamentos registrados para combater a obesidade (anfepramona, femproporex, mazindol, sibutramina e orlistate) e eles são indicados para pessoas com IMC igual ou superior a 30 kg/m²; com IMC igual ou superior a 25 kg/m² associado a outros fatores de risco, como a hipertensão arterial,
    diabetes tipo 2, apneia do sono, osteoartrose, gota, entre outras; ou com circunferência abdominal maior ou igual a 102 cm (homens) e 88 cm (mulheres)1.A anfepramona, o femproporex, o mazindol e a sibutramina agem no cérebro e inibem o apetite. Já o orlistate tem ação no intestino, reduzindo a absorção das gorduras ingeridas, que são eliminadas nas fezes. Como são drogas controladas, a indicação e o acompanhamento médicos são indispensáveis.
  • Canetas de semaglutida e liraglutida: essas substâncias são bastante parecidas com o hormônio GLP-1, produzido pelas células do intestino e que agem no hipotálamo, diminuindo o apetite. Mas, diferentemente do hormônio, cuja ação é interrompida pela enzima DPP4, a semaglutida e a liraglutida são resistentes ao processo da enzima e inibem a fome por mais tempo. Os medicamentos também agem no estômago, no fígado e no pâncreas, provocando a sensação de saciedade e regulando o nível de açúcar no sangue. Um estudo recente2 mostrou que a semaglutida, utilizada no tratamento de obesidade e sobrepeso,  ainda reduziu em 20% o risco de complicações cardiovasculares, como AVC e infarto, o que especialistas consideraram um ganho, pois os pacientes obesos são grupo de risco para essas doenças.
  • Balão intragástrico: esse tipo de tratamento já é indicado há mais de uma década. Pouco invasivo, consiste na colocação, por meio de endoscopia, de um balão de silicone no estômago. O balão pode ser preenchido por ar ou por um fluido, como uma solução salina estéril, e vai ocupar parte do órgão, fazendo com que a quantidade de comida ingerida seja menor. Ele também promove a sensação de saciedade, já que atrasa o esvaziamento gástrico. O procedimento é recomendado para pacientes com IMC acima de 27 e para os obesos com indicação de cirurgia bariátrica, mas que precisam perder peso no pré-operatório a fim de evitar possíveis complicações durante a cirurgia. Entre as vantagens do balão gástrico estão a promoção da rápida perda de peso, o auxílio na adoção de uma dieta saudável (já que não é possível ingerir grandes quantidades de alimentos e o recomendado é optar por opções saudáveis e naturais) e a possibilidade de remoção após seis meses.
  • Cirurgia bariátrica: indicada para obesos com IMC acima de 40 ou acima de 35 com doenças associadas, como diabetes, hipertensão e taxas de colesterol elevadas, nessa operação, os especialistas diminuem o tamanho do estômago e, com isso, a capacidade do órgão de receber alimentos também é reduzida. No Brasil, o método bypass é o mais empregado: nele, o estômago é reduzido com cortes ou grampos e é feita uma alteração no intestino para reconectá-lo à parte do estômago que irá permanecer funcional.3 O período pós-cirúrgico exige cuidados. Durante 15 dias, é necessário seguir uma dieta líquida; os esforços físicos são liberados depois de seis semanas; e o paciente precisa passar por um acompanhamento psicológico. Além disso, os pacientes submetidos a esse procedimento apresentam maior risco de desenvolver deficiências nutricionais pela limitação na ingestão e absorção de diferentes nutrientes, por isso, o médico pode recomendar a suplementação nutricional.

Como evitar o reganho de peso?

Depois de driblar o sobrepeso, o desafio é manter longe os quilos extras. Para isso, é preciso muito esforço. A dupla alimentação saudável e prática de exercícios físicos é obrigatória. Esses hábitos, que devem ser adotados logo que o tratamento para emagrecer começa, são os responsáveis por equilibrar a quantidade de alimentos ingeridos com o gasto de energia, evitando que haja acúmulo de gordura corporal novamente.

Se o peso a mais voltar a aparecer, o ideal é procurar ajuda médica antes que a situação fuja do controle. Poucos quilos a mais são suficientes para conversar com um especialista, avaliar porque isso está acontecendo e adotar medidas para reverter esse quadro. 

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